Desenho de Rafael Bordallo Pinheiro, na revista Pontos nos II, de 15.Janeiro.1891
"Há pouco mais de um ano começaram os trabalhos para a completa instalação e montagem da fábrica de vidros da Amora. Passado um ano, a fábrica prospera a olhos vistos e em breve aquela indústria terá uma verdadeira importância entre nós. Do esforço de poucos surgiu aquela fábrica que hoje se acha quase em condições de abastecer o mercado nacional, evitando a importação de garrafas estrangeiras.
A boa vontade e resoluto ânimo dos que dirigem esta fábrica pôde conseguir natural em outros ramos de indústria com um desenvolvimento maior e mais importante mercado, haver-se feito, há muito. Um bairro operário, construído nas melhores condições higiénicas, uma escola para a educação dos filhos dos operários e um clube, formam um modelo de boa organização muito para ser imitado.
Os operários da fábrica, alemães na sua maioria, vão fazendo escola e muitos dos aprendizes conhecem já os processos da indústria e trabalham com relativa perfeição. Por esta prosperidade em que se encontra a fábrica de vidros da Amora, merecem os maiores elogios os seus directores Justino Guedes, Gomes e Guilmane, que têm sido incansáveis. Seria bom que o governo, olhando para o estado florescente desta fábrica, protegesse diversas outras indústrias que, em concorrência com os produtos estrangeiros, vão definhando até morrer. E não seria sem tempo..."
(adaptado)
A boa vontade e resoluto ânimo dos que dirigem esta fábrica pôde conseguir natural em outros ramos de indústria com um desenvolvimento maior e mais importante mercado, haver-se feito, há muito. Um bairro operário, construído nas melhores condições higiénicas, uma escola para a educação dos filhos dos operários e um clube, formam um modelo de boa organização muito para ser imitado.
Os operários da fábrica, alemães na sua maioria, vão fazendo escola e muitos dos aprendizes conhecem já os processos da indústria e trabalham com relativa perfeição. Por esta prosperidade em que se encontra a fábrica de vidros da Amora, merecem os maiores elogios os seus directores Justino Guedes, Gomes e Guilmane, que têm sido incansáveis. Seria bom que o governo, olhando para o estado florescente desta fábrica, protegesse diversas outras indústrias que, em concorrência com os produtos estrangeiros, vão definhando até morrer. E não seria sem tempo..."
(adaptado)